2006-08-03

fight

A Guerra tem sido uma realidade da História da Humanidade. A História da Humanidade, aliás, tem girado à volta dela. Durante muito tempo, a História passava de pais para filhos atraves do relato mais ou menos empolgado das Guerras e Batalhas ganhas e apenas ocasionalmente de algumas perdidas.
Daí o ditado: "Dos fracos não reza a História".
Ocasionalmente os oponentes têm forças equivalentes. Ao longo da tal História os exércitos enfrentaram-se no Campo de Batalha. Poderia haver alguma desproporção de forças, que eram compensadas pelo génio militar de algum Chefe de Batalha que em movimentos brilhantes ou em tiradas únicas revolucionavam a arte militar. A desproporção de forças, no entanto, mantinha-se em níveis aceitáveis.
Quando isso não ocorreu deram-se massacres: foi assim com os incas e com os restantes povos da América, foi assim durante a II Guerra Mundial, em que a Alemanha Nazi aniquilou milhões de judeus, por nenhum outro motivo senão o serem o que foram. Os fortes, com meios superiores, aniquilaram os fracos, pobres, desorganizados, frágeis. Sempre foi assim. Alguns fortes tornaram-se arrogantes também.
A Alemanha Nazi, no entanto, encontrou no pós I Guerra Mundial, o Caldo que lhe permitiu desenvolver-se: as dívidas e indemnizações de guerra foram eventualmente o que permitiu que a idelogia Nazi nascesse, crescesse e se fortalecesse da forma que o fez. O espaço vital alemão foi igualmente uma consequência disso.
É irónico que as raízes do II Conflito Mundial, que produziram uma das maiores catástrofes dos tempos modernos e geraram um povo mártir, sirvam agora esse outrora povo mártir. O mesmo povo que quase desapareceu da Europa, foi ele agora indemnizado pelas pesadas perdas sofridas na 1ª metade do Séc XX: um território no meio de povos já estabelecidos que rompe com a Geografia até então existente inflamando toda uma região.
O mesmo espaço vital que levou às invasões alemãs aos países vizinhos está agora igualmente a ser posto em prática pelo povo de Israel: os colonatos na Faixa de Gaza, a irredutibilidade face ao povo Palestiniano, a resposta desproporcionada no Líbano (quase até à Síria) trazem à memória colectiva da Humanidade acontecimentos trágicos, mas não só.
A passividade dos grandes e poderosos, o silêncio de quem devia pronunciar-se e não o faz, a impotência das Nações Unidas, estabelecem um perigoso paralelismo entre estes acontecimentos e os que levaram à II Guerra Mundial.
Infelizmente o Mundo assiste uma vez mais, como outrora, impassível (ou cooperante) enquanto um povo belicista se impõe aos seus vizinhos, matando indscriminadamente civis, hoje com justificações diferentes no conteúdo mas iguais na forma às que foram utilizadas contra si há menos de 1 século